quinta-feira, 23 de maio de 2013

Viver em sociedade

Há um clima de competição. Isso é fato. Olhos ardentes mas que no fundo demonstram simples curiosidade. Lembro de uma garotinha que conheci por acaso no consultório de minha dermatologista, sem medo e sem se importar com a opinião alheia, simplesmente levantou-se na sala de espera e abriu a porta da médica para saber o motivo do choro de um bebê. Quando ela estiver maior vai ver limitada sua liberdade de ações. Vai guardar tudo que gostaria de fazer em seus pensamentos que mais se assemelharão a um turbilhão de emoções comprimidas. Nem por isso será infeliz, apenas aprenderá a viver em sociedade.

A capital

Caminhando eu vou, entre arranha-céus de tontear uma pequena pessoa. Pequena: não acostumada com o interminável vai e vem de carros, transeuntes, ciclistas aventureiros e pedintes desafortunados. Assim, com o passar dos dias, esperava que aquela paisagem fosse não mais tão surpreendente, que se acostumasse aos meus olho.s ingênuos, mas não foi o que aconteceu. Tudo parece sempre novo, e apesar de tomar sempre o mesmo ônibus, no mesmo horário todos os dias, somente o cobrador me parece familiar. Cenas novas em meu cotidiano fazem com que eu me sinta mais viva, pessoas novas me dão a sensação de que o mundo é muito maior do que vejo, ao mesmo tempo que os prédios altos que me tonteiam me fazem pensar que estamos todos estranhamente unidos em um mesmo espaço. É uma sensação de contraste angustiante entre o individual e o coletivo em que os sentidos são frequentemente enganados