quinta-feira, 25 de julho de 2013

O ócio

Não te conduz a nada, não te guia a lugar algum e faz murchar suas esperanças. Ócio, se vira um "nada" é provavelmente muito ofensivo, mas se por outro lado o faz construir e ter boas ideias...por que não?
Quando penso em minhas ambições, vejo tanta fantasia no ar. Começo a pensar em algum motivo que justifique minha prisão terrena, eu poderia simplesmente estar no ar voando com minhas ideias. Seria um lugar melhor, mais vago talvez, porém melhor. Mas estou aqui presa em minhas incertezas. A insegurança é também um lugar vago, porém desencantador. Pensando nesse motivo, chego a algumas respostas. Muito do que queria fazer, não fiz por falta de dinheiro. A falta de dinheiro surge da falta de movimento em minha vida e essa falta de movimento se justifica pela falta de confiança em mim mesma. Será mesmo que eu consigo subir até o topo da montanha? Lá parece frio, o caminho é árduo, algumas vezes ficarei sem ar e constantemente vou crer que não terei armas suficientes para lutar contra essas e outras adversidades infinitas. O que fazer quando suas únicas certezas dizem respeito àquilo que não se deve fazer?  Devo continuar fazendo o que não posso fazer ou procurar respostas diretas sobre aquilo que devo fazer? Do início, vou usar meu ócio para ser mais construtiva. Vou usá-lo como proteção para minhas guerras internas. Quando ver em mim mesma a inutilidade e a preguiça, vou pegar o ócio e transformá-lo em utilidade. Várias utilidades! Talvez escrever, correr, comprar um jornal ou flores bem branquinhas...! Não sei bem, mas quem sabe podia fazer algo que contribuísse com a sociedade? Doar sangue ou participar de um trabalho voluntário. Quem sabe? Tudo é válido quando a intenção é de preencher o vazio interno e transformá-lo em algo produtivo. Ou, quase tudo. Nada que extrapole a liberdade de outros.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Viver em sociedade

Há um clima de competição. Isso é fato. Olhos ardentes mas que no fundo demonstram simples curiosidade. Lembro de uma garotinha que conheci por acaso no consultório de minha dermatologista, sem medo e sem se importar com a opinião alheia, simplesmente levantou-se na sala de espera e abriu a porta da médica para saber o motivo do choro de um bebê. Quando ela estiver maior vai ver limitada sua liberdade de ações. Vai guardar tudo que gostaria de fazer em seus pensamentos que mais se assemelharão a um turbilhão de emoções comprimidas. Nem por isso será infeliz, apenas aprenderá a viver em sociedade.

A capital

Caminhando eu vou, entre arranha-céus de tontear uma pequena pessoa. Pequena: não acostumada com o interminável vai e vem de carros, transeuntes, ciclistas aventureiros e pedintes desafortunados. Assim, com o passar dos dias, esperava que aquela paisagem fosse não mais tão surpreendente, que se acostumasse aos meus olho.s ingênuos, mas não foi o que aconteceu. Tudo parece sempre novo, e apesar de tomar sempre o mesmo ônibus, no mesmo horário todos os dias, somente o cobrador me parece familiar. Cenas novas em meu cotidiano fazem com que eu me sinta mais viva, pessoas novas me dão a sensação de que o mundo é muito maior do que vejo, ao mesmo tempo que os prédios altos que me tonteiam me fazem pensar que estamos todos estranhamente unidos em um mesmo espaço. É uma sensação de contraste angustiante entre o individual e o coletivo em que os sentidos são frequentemente enganados

sábado, 20 de abril de 2013

Reflexões "aniversariescas"


22 anos. Experiências? Tantas! Sinto como se tivesse vivido muito mais que, este meu ainda rosto adolescente, aparenta. Já conheci tantas pessoas, muitas cujos nomes não sei. Mas quem sabe um dia saberei? Minha vó costuma dizer que "o planeta é pequeno, redondo e ainda por cima, gira".  E quem é que entende os mistérios da vida? Conheci tantos lugares, e para isso, tantas vezes tive que abrir mão de destinos pré traçados. Sim, porque nascemos com certos objetivos óbvios a cumprir: estudar, formar, casar, ter filhos e morrer. Por alguns anos ou semestres, pulei a etapa estudo para este ano novamente voltar para a "linha". Sempre me vêm várias reflexões em meus aniversários: será que aproveitei o ano anterior? Começo então a fazer um balanceamento, pessoas e lugares vêm a minha mente e um ano se passa em segundos. Se aproveitei ou não, do que adianta agora me questionar? O passado é um ancião e o futuro, um recém nascido. Agradeço pelo ancião que há dentro de mim pois ele ajuda a construir o que quero que seja o recém nascido. Hoje tenho mais certezas que dúvidas, mas ainda existem dúvidas. Tantas! Contudo não me lamento, se de tudo soubesse, nada temeria e consequentemente não correria riscos. Sem riscos, sem graça. Não consigo imaginar uma vida sem aventuras, mistérios ou caminhos errados. Será que deste ano em diante vou seguir o caminho óbvio ou desviarei por simples rebeldia? Gosto do não fazer porque de certa forma sinto-me livre, mas hoje posso dizer com certeza: liberdade plena e completa não existe. Liberdade são momentos, e portanto tem a natureza de acontecer e desaparecer. Somos submetidos, presos uns aos outros. E há os que falam em individualismo...! Que tolice! Individualismo não existe! Nem os monges conseguem tal feito, porque dependem da solidariedade alheia para se alimentarem. Quando as pessoas entenderem que somos todos ligados uns aos outros, o auxílio mútuo talvez cresça. Afinal, somos todos iguais, pobres ou ricos. Qual a diferença? Mesmo filo, classe e espécie. A diferença só existe porque acreditamos no individualismo. Olhamos para nós mesmos e sentimos tanto orgulho desse pedaço de carne, Hipocrisia...! Desejo que nos próximos anos eu não perca a clareza. Que eu tenha sempre em mente meus objetivos e que continue lutando por meus ideais, colocando-os em prática sempre que puder. Tendo a sabedoria de Sócrates e a ética de Aristóteles. Que eu sempre me lembre que a honestidade anda ao lado da felicidade e que a família é de valor inestimável.
Amém!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O significado das pessoas

Entrei em um ônibus. Eu tinha um destino, um caminho a ser percorrido. Olhei ao meu redor e vi pessoas, não poucas...muitas pessoas! Algumas com o mesmo destino que o meu, nunca irei saber. Cada um em seu mundo particular, era cedo e eu supunha que a maioria estava pensando nos compromissos daquele dia. Umas ansiosas para chegar, outras nem tanto. Quantos caminhos podem ser percorridos por aqueles que entram em um ônibus? Milhares! E nessa aventura de estar em uma cidade desconhecida, dentro de um meio de transporte que não costumo usar, achei que seria conveniente e mais seguro perguntar ao cobrador em que lugar deveria descer. Para minha surpresa uma senhora que estava em algum canto ainda não notado por mim, me respondeu. E ela não se satisfez em apenas me dizer o caminho. Desceu comigo no ponto almejado e me apontou com o dedo indicador a direção. Assim, mesmo que por segundos, ela passou a fazer parte de minha história. Da mesma forma que centenas de outras pessoas que, apesar de não saber seus nomes, participaram de minha vida e eu da delas. Se foram pouco ou muito significativas, não importa. Elas significaram. Não existe a pessoa mais influente ou a mais inteligente, nem tampouco a mais generosa do planeta porque o significado de alguém é simplesmente um livro de opiniões, ou seja, é relativo. Admiro o Obama, sei de seu poder de influência, mas sinceramente há muitos que nunca ouviram falar do presidente dos EUA. Não se pode conhecer todos os indivíduos do mundo, mas é possível ter um significado maior na vida de quem está próximo. Por dia, vários desconhecidos passam perto de nós, um simples "bom dia" pode ter uma significância razoável na vida de uma pessoa.